Ontem tive um serão de cinema em casa, vi o filme “Matchpoint”, em bom timing diga-se, (não porque me tenha surgido qualquer tipo de solução mágica no filme, mas por me levar a reflectir sobre o peso que a sorte tem muitas vezes na nossa vida, independentemente das nossas opções) numa altura em que os caminhos que opto, parecem ter cada vez mais o peso de uma vida inteira.
A metáfora do ténis, explorada no filme, leva-me a reflectir sobre a vida e as decisões que muitas vezes temos de fazer, a verdade é que todos fazemos escolhas. E como tantas vezes na vida, a barreira que as separa é ténue, quase invisível. Como a tela de uma rede de ténis. As minhas estão longe da famosa dicotomia de Woody Allen a pender entre o amor e o desejo. Mas mais de cariz profissional, é difícil racionalizar a nossa escolha, quando não fazemos a mínima ideia do que nos espera por detrás de cada sentido que tomamos. Isto porque em última instância, será sempre uma ponta de sorte que determina o sucesso das nossas decisões. Deste binómio “destino” /acção descobrimos se o que fizemos foi "certo" ou "errado", se valeu a pena.
Pois, a boa nova demorou demasiado tempo a confirmar-se, e de repente aquilo que poderia ser uma boa noticia, passou a ser mais um fardo para carregar, para decidir, a verdade é que tive que abdicar de algo que queria muito, completar a minha formação em animação em França na SUPINFOCOM com o apoio da Gulbenkian, mas foi em prol de algo que pelo menos agora, acredito ser o melhor para mim. A realidade é que todos tentamos medir as possíveis consequências que advêm das nossas escolhas, das nossas acções, dos sentidos alternativos que optamos. Mas na vida, (quer me parecer) à que sobreviver, ter um serviço forte e rezarmos para que a bola não bata na rede.
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